Colheita manual ou mecanizada?

A descrição dos vinhos muitas vezes traz a informação “colheita manual” como uma espécie de qualificador da bebida. Será mesmo? Vamos entender um pouco a colheita manual, e também a mecanizada.

 Quando todo o cuidado é pouco...

A principal razão para que o viticultor opte por colher manualmente suas uvas, é a qualidade. Somente a colheita manual permite a seleção de uvas no decorrer do processo. Esse é um processo tão minucioso, que pode chegar ao detalhe de colher, na mesma vinha, e no mesmo cacho, somente aqueles bagos que já se encontram no momento ideal de maturação!

Assim como a colheita manual, o transporte até a vinícola também é importante. Quanto mais rápido acontecer, menor o dano causado às uvas. Quanto menor o recipiente de transporte, também. E, quanto maior a qualidade das uvas, certamente maior a possibilidade de produzir vinhos também de alta qualidade.

Mas a colheita manual é também uma questão de tradição, que pode se apresentar com maior ou menor importância em determinadas culturas, ou regiões!

 E quando é tudo uma questão de tempo?

Imagine uma situação emergencial, em que as uvas estão muito maduras, ou em que as condições climáticas colocam a safra em risco. Certamente uma colheita mecanizada é mais rápida que uma manual. Contudo, é importante observar que a velocidade de deslocamento da máquina não pode ser excessivamente alta, para não danificar videiras e estacas.

Mas, a utilização das máquinas para a colheita acontece também por questões, por exemplo, econômicas. A relação entre o custo da colheita manual e da colheita mecanizada varia de país para país, principalmente pela disponibilidade de mão-de-obra e pelos encargos trabalhistas locais. Mas, se tomarmos a França como um exemplo, lá é entre 2 a 3 vezes mais barato colher as uvas de maneira mecanizada, do que manualmente.

 Mas, nem sempre, é uma questão de escolha!

Vinhedos em encostas muito inclinadas podem simplesmente obrigar produtores a colher suas uvas manualmente. Nesse caso, não há escolha. Um exemplo? As vinhas velhas da região central do Douro, em Portugal, com terraços tão estreitos que simplesmente inviabilizam a implantação de viticultura mecanizada.

Outro exemplo de colheita manual “obrigatória” é quando ela acontece em função de regras impostas pela legislação de algumas denominações de origem, como é o caso de Champagne, na França.

No extremo dessa cena, podemos ver os vinhos Kosher, produzidos de acordo com o conjunto das leis judaicas relativas à alimentação. Além de serem, obrigatoriamente, produzidos a partir de uvas colhidas manualmente, a colheita deve ser realizada, necessariamente, por judeus. Para ler mais sobre vinhos Kosher, clique aqui.

Mas e o outro lado da moeda? Existem casos em que o produtor tem que, necessariamente, optar pela colheita mecanizada? Sim, em países onde há escassez de mão-de-obra agrícola, também há pouca opção na hora de colher, restando ao viticultor dar preferência à colheita mecanizada. Um exemplo? A Austrália.

Para encerrar, curiosidade! Engana-se quem pensa que a máquina que realiza o trabalho de colher as uvas recolhe os cachos, por inteiro. Pelo contrário, ela tira somente os bagos, deixando os cachos, por assim dizer, “pelados”. Mas a máquina não “puxa” as uvas. Balança as videiras, para que os bagos se desprendam.




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